Dos blocos de rua à avenida do samba, defesa dos direitos humanos marca presença no carnaval de 2025

Ao longo dos últimos seis dias de carnaval, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, visitou quatro capitais para reforçar a cultura do respeito e fortalecer os canais de denúncia e fiscalização durante o período festivo. “Vamos combater o racismo e a homofobia. Vamos dizer não para a intolerância e a violência contra a mulher. Não vamos deixar que a nossa brincadeira de carnaval se transforme e seja utilizada por aqueles que não tem a alegria como pulsão de vida”, defendeu a ministra.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) levou às ruas a campanha “Pule Brinque e Cuide – Unidos pela proteção de crianças e adolescentes”, uma iniciativa da Comissão Intersetorial de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes , da qual a pasta faz parte.

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A ministra participou dos desfiles do Galo da Madrugada, em Recife (PE), das escolas de samba Estação Primeira de Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ), e Acadêmicos de Venda Nova, em Belo Horizonte (MG), além dos blocos de rua Havayanas Usadas, CorNoBloco, Pisa na Fulô, Afro Magia Negra e Truck do Desejo, também na capital mineira.

Diversidade

Na quinta-feira (27), Macaé Evaristo esteve presente na abertura do Plantão Integrado de Proteção dos Direitos Humanos do carnaval de Salvador (BA), onde lançou oficialmente a campanha “Pule, Brinque e Cuide” . Ela também integrou o grupo de autoridades que abriram oficialmente o carnaval da cidade.

Na capital baiana, a ministra visitou ainda o Casarão da Diversidade, onde funciona o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIA+ da Bahia. Localizado no Pelourinho, o espaço de acolhimento e desenvolvimento da população LGBTQIA+ vítima de violência oferece atendimento jurídico, psicólogos e de assistência social.

Acessibilidade e inclusão

Em Recife, na sexta-feira (28) e no sábado (1º), a titular dos Direitos Humanos esteve no Camarote da Acessibilidade de um dos mais tradicionais blocos de carnaval do Brasil: o Galo da Madrugada . “É crucial promover um Carnaval com acessibilidade e inclusão”, disse. "Essa é uma mensagem importante para a gente, que é o envelhecimento saudável e ativo”, afirmou.

A ministra também participou do lançamento do cardápio em braile do Polo Gastronômico de Recife, e visitou a Casa do Pequeno Folião, que acolhe crianças de 0 a 6 anos filhos de trabalhadores informais durante os dias de folia. “É um espaço muito bem organizado, acolhedor, com atividades e alimentação. Essa é uma iniciativa muito importante e que pode ser replicada em outras localidades do país", relatou.

Ancestralidade negra

Na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, Macaé Evaristo foi um dos destaques do desfile da Estação Primeira de Mangueira , última escola a entrar na avenida na madrugada de segunda-feira (3). Com o enredo “À Flor da Terra, no Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, a escola mostrou a presença dos bantus — povo do tronco étnico-linguístico trazido escravizado para o Rio de Janeiro, dos territórios onde hoje estão os países: Angola, Congo, República Democrática do Congo e Moçambique. “Muita emoção, samba e ancestralidade na avenida. Desfilamos trazendo a herança dos povos bantu para a construção da nossa história”, disse.

Na terça-feira (4), em Belo Horizonte, a ministra participou do desfile de carnaval na Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova. O enredo "As vozes do navio negreiro" fez ecoar as vozes ancestrais de cativos escravizados nas ruas da cidade com o seu enredo. Ao discursar no trio elétrico do bloco Pisa na Fulô, Macaé enalteceu o caráter plural da folia. “O carnaval é um espaço para todos. É o lugar onde deve predominar a democracia. Não há espaço para racismo, abusos infantis, e discriminação com qualquer que seja o tipo de pessoa. Todos devem se divertir e cuidar”.

 

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